A irmandade

 Estava na rádio: "All you need is love, Love is all you need"

Entre Beattles e Rolling Stones, eu prefiro o Bob Marley. Ele se drogava com maconha, dizem. Mas a letras são puro amor, sem apologia.

É torpe a forma como os criminosos não deixam nossas vidas, mesmo após ficarmos limpos por bastante tempo. Eu deixo bem claro que não estou mais neste movimento, e ainda assim, eles querem saber de mim.

Eles não aceitam perder um "discípulo".

É difícil para nós separar as pessoas ainda usuárias, as que já entenderem em algum nível que precisam parar com o vício, daquelas que se beneficiam do uso alheio. Identificar aquele que por um dia que seja decidiu abandonar o vício, daqueles que continuam a oferecer drogas a quem amamos, é nossa tarefa em certo ponto da recuperação.

Para isso é necessário um aprofundamento na Consciência Pessoal com O Poder Superior, e tentar falar sobre recuperação o máximo de tempo possível. Essa tarefa é extensa, e muito prolongada, pois em tudo o que se prospera a droga tenta nos influenciar. 

Quando a família está envolvida com alguma gangue, que através de aliciamentos tentaram minar a condição financeira dela, é necessário mais do que nunca conscientizar a todos que o novo movimento é uma vida altamente individual, evitando envolvimentos com pessoas estranhas e, muitas vezes, evitar "conhecidos", interessados a lhe oferecer entorpecentes para conseguir "pontos" com o fomento de sua atividade paralela ao crime. Essa atividade, em sua maioria, se trata em algum pequeno espaço que ela mantém na mídia; espaço esse adquirido por meio de sua atuação no mundo das drogas. Essa pessoa tem maior dificuldade em entender que o vício é prejudicial, pois estando ela contaminada pelos maus hábitos e tortura que pratica com frequência, acredita que tudo o que conquistou foi por meio da trapaça.

Muitos dos nossos eleitos se acovardarão em excluir esse tipo de pessoas de suas vidas, à uma atitude que beneficie pessoas de bem e limpas. Tentando nos proteger da vista maligna, nossos eleitos incentivam as fofocas que premeditam o dolo contra nós. Eles acreditam que se concordarem com seu parceiro de drogas, poderão controlar e evitar o ímpeto sanguinário dos inimigos contra nós. A esses eleitos falta força moral, pois seus parceiros da drogas são os fornecedores de sua dose e, em estado semi-consciente, defendem seu próprio uso, ao nos atacar em espírito cúmplice junto a seus parceiros de uso: eis a natureza da traição, que tanto nos dilacera a alma!

Uma união de estreitamento mais explícito e frequente nas sendas do Senhor nos libera da crueldade que praticamos durante a vida na adicção ativa. Um dia, percebemos que todas as pessoas que admirávamos se distanciaram de nós: a solidão é o fundo de poço, cercados por pessoas falidas, e escravizados por essas pessoas para usar mais drogas.

A luta que se travava contra os inimigos tornou-se um relacionamento pessoal com eles, acuando-nos por todos os lugares que fôssemos.

Haja que houver, não use.

Há um lugar em que outros companheiros odeiam esse comportamento tanto o quanto você. Ao ingressar nesta irmandade, caso seguido e acuado lá também, identifique imediatamente o risco e afasta-se. Individualmente nos mantemos de pé. Juntos encontramos nossa individualidade. Em nosso Poder Superior fortalecemos nosso caráter. Nas contínuas partilhas, refletimos sobre nossas falhas. Interagindo com quem se deve, levamos a mensagem.


Tudo estará bem

Enquanto os laços que nos unem

Sejam maiores e mais fortes

Do que aqueles que nos afastariam.


Em espírito de irmandade,


Thaís Fernanda Ortiz de Moraes. de 13/12/03 - SPH.


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