O medo, a dúvida, o altruísmo e a sociedade covarde
O altruísmo é suprir as necessidades do outro
e do próximo
depois do outro
e do próximo ao próximo
após o outro.
Na recuperação
Aprendemos a nos colocar como
a primeira, segunda e terceira
prioridade
Mas isso é somente
na questão de privarmos de estarmos expostos ao risco
Às vezes, o risco está em nossos lares
e diante disto,
temos que ser um pouco menos tolerantes
e mais firmes
Temos que ser um pouco mais dignos do espaço que nos garante a privacidade
Quando o espaço interfere impreterivelmente de alguma forma
no ambiente alheio
a leitura deste espaço deve prevalecer:
para qual propósito o espaço se reserva?
Para qual tipo de atividade o espaço é típico?
Quais são as condições de manejo para situações básicas de manutenção vital?
Diante destas respostas
devemos obedecer a proteção ao espaço ALHEIO
Sempre que protegemos o espaço alheio
e nos mantemos maximamente distantes da interferência ao bem-estar alheio
o nosso também está protegido.
A questão ruído:
Os ruídos são instintivos.
A palavra ajuda na digestão
A digestão estomacal gera ruídos
e os gases intestinais também.
As pessoas conversam
falam ao telefone
fazem sexo
Por isso,
parte do respeito em comunidade é manter música ambiente em tom agradável em grande parte dos lares,
evitando intromissão nos assuntos alheios.
Quando a comunidade não possui uma antena de longo alcance
O trabalho em Home Office no meio da noite
evita circulação de andarilhos moribundos
e mendigos
Também evita carros em alta velocidade com música muito alta de pessoas alcoolizadas
fora de rota situada
o que muitas vezes
causa acidentes de trânsito.
Quando me sinto segura
na maior parte das vezes,
somente trabalho
estudo
faço vídeos
e comento Bloomberg e BBB.
Mas quando há uma sinuosa energia prejudicial
de pessoas em sequência de malefício
É mais difícil relaxar.
Quando vamos preparar uma personagem no teatro
levamos alguns meses
E quando temos noção de qual será nossa identidade
isso é o que menos importa
Quem é o outro? - ALTRUÍSMO
Como ele reage? - ALTRUÍSMO
Como ele procura amor? - ALTRUÍSMO
sempre agir pro-ativamente - ALTRUÍSMO
porque a vida real
não é um teatro
nem um filme
no qual
vilões podem protagonizar livre de ônus.
Não há ópera de "Napoleão Bonaparte"
Não há tiranos que na vida real sejam aclamados
Ainda que sob luzes de cena sejam bem verossímeis
É aqui que se revelam
É aqui que são julgados
É aqui, portanto, que devem se arrepender
e deixar o pobre com a situação dolorosa de sua pobreza
e deixar o doente com a situação confortável na qual conquistou seu tratamento
e deixar o abandonado sentir que não há ninguém além Dele
Deixar o abandonado clamar
já não é o bastante
que tu tivestes tudo
e o miserável ainda não tenha alcançado a redenção?
Por que então não consegues ter misericórdia
e deixar o brilho da miséria apagar junto da dor do humilde
ao invés de tentar iluminar-se através do brilho reluzente desta dor com mínima fé?
Você,
que prefere se projetar junto às pobrezas do que chora
não vê
que sua inveja
é a sua vontade de se beneficiar fazendo o mal
mesmo quando diz que tenta fazer o bem.
Portanto,
não há muito nesse argumento
que explique sua lógica
Você tem raiva da fé por mais um dia
vou pedir calmamente
aprenda que nenhum dia substituirá o outro
Assim
não viva a vida do outro
no dia de hoje
e viva a vida de hoje
no seu dia.
Veja como você iniciou a projeção de sua personagem ao aceitar esse drama
e veja o que os desafios lógicos
e os desafios cênicos
exigem de você.
Veja como o outro chegou na estrada
e veja que muitas vezes
o pequeno que pertence ao outro
já foi vivido por ti antes.
Dê meia volta
e suma.
Já foi a sua vez.
Você não coube.
Você era grande demais para este papel.
Você cresceu, cresceu, cresceu
à partir daqui.
Mas algumas pessoas
precisam repousar em um cantinho
Porque não mais pertencem a canto algum
em que elas possam estar.
E se este é pequeno e ruim
não poderia haver pior.
Pare de me xoxar
e pare de querer me vender GIP de nanotecnologia
eu já tenho muitas personalidades que poderiam estar em evidência
Minha vida tem o nome que subscreve essa longa carta
e sob esta identidade própria
isso foi tudo o que me restou.
Não me denigra fisicamente nem psicologicamente
não me provoque
não provoque minha defensiva
não me abuse
respeite minha porta
Eu não quero nenhum contato direto
eu quero curtir minha tristeza
por minha profunda miséria material
e por meus amigos relapsos de desumanos.
Atenciosamente,
Thaís Fernanda Ortiz de Moraes
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